CFR de Cametá

Histórico

O município de Cametá, com uma área de 2500 km², encontra-se sobre as margens do rio Tocantins, a cerca de 200 km de Belém, no coração da Amazônia brasileira o acesso para esta cidade pode ser realizado através de um barco noturno (cerca de 10 horas a partir de Belém), ou por meio de uma viagem de ônibus até Abaetetuba (2 horas) e posterior lancha (3 horas).

A zona rural esta dividida em 3 grandes zonas: que são as zonas da terra firme situadas sobre a margem esquerda, conhecida como a zona da estrada, onde se localiza a cidade de Cametá e pela qual passam duas estradas: a estrada que sai de Cametá para Sul em direção a Tucuruí e a estrada que parte para o norte em direção a o Município vizinho de Limoeiro, a zona das ilhas que são mais de 100 e que estão situadas no meio do rio Tocantins e uma zona de terra firme que esta situada às margens direita do rio.

Existem basicamente dois sistemas de produção que são o das ilhas onde as terras são inundadas regularmente e a da terra firme. Na década de 70 os dois sistemas tiveram um período de relativa prosperidade aonde na terra firme o forte era a pimenta – do – reino e nas ilhas a pesca e a coleta do açaí, estas atividades ofereceram uma razoável riqueza ao Município, principalmente aos comerciantes, que construíram belas casas na cidade.

No termino dos anos 80, estes dois sistemas iniciam uma profunda crise que nas ilhas é originada principalmente pela construção a montante da barragem de Tucuruí, que fornece a maior parte de energia elétrica da região amazônica. A construção desta barragem modificou profundamente o ecossistema, provocando uma diminuição nos peixes forçando aos pescadores adotarem técnicas de pescas cada vez mais predadoras e com isso agravando mais o processo, o município que um dia já foi exportador de peixes atualmente não produz mais do que 5% do peixe consumido na cidade. Além disso, também devido à barragem houve diminuição das cheias que vinham regularmente fertilizar os solos e com isto acarretou a diminuição na produção de açaí e de cacau. Na terra firme, o sistema de culturas após a queima conheceu as mesmas mudanças que em toda as regiões do mundo: o desaparecimento progressivo da floresta primaria e as reduções do tempo de descanso dos solos conduziram a uma perda regular da fertilidade. Os rendimentos das culturas de mandioca baixaram e as culturas de arroz, feijão e milho praticamente desapareceram. Paralelamente, a caça tornou-se rara e a cultura da pimenta – do – reino sofreu uma grande crise no inicio dos anos 90. O empobrecimento do campo (ilhas, Terra firme) e o êxodo rural foram as principais conseqüências desta crise técnica – econômica conduzindo a uma crise social e uma mudança de valores. As atividades agrícolas são totalmente desvalorizadas, a cidade transforma-se num pólo de atração muito forte, principalmente para as mulheres e os jovens que chegam a estudar e raramente retornam ao campo.

Com este contexto, o sindicato dos trabalhadores rurais de Cametá (STR) e a colônia de pescadores mobilizaram-se para procurar alternativas para sair desta crise na agricultura, e em uma destas discussões (inicio 1994) houve uma preocupação na questão da formação educacional de seus filhos. Através de uma parceria com uma ONG (APACC) conseguiram a construção da escola que teve inicio em janeiro de 2001.

No ano de 2001 trabalhamos com 2 turmas de 30 alunos a primeira turma que entrou fevereiro do ano corrente terminou o primeiro ano em dezembro de 2001 e a segunda que iniciou o ano em junho de 2001 e finalizara em junho de 2002 o primeiro ano temos mais uma turma que iniciou em 2002 tendo inicio 04/03/2002 com um total de 35 alunos, estamos hoje na CFR com um total de 83 alunos.

Aula Pratica da CFR

Neste ano de 2002 vai ser realizada uma nova experiência em termos de pratica de campo, com a participação direta dos alunos na produção, sendo que vai ser dadas gradativamente a área e a tarefa a se realizar, tendo como objetivo final que os alunos consigam gerenciar estas áreas deforma que os monitores sejam procurados para dar uma assistência técnica ou mesmo um conselho sobre alguma atividade que o grupo esteja com duvida.

O sistema funciona da seguinte maneira são quatro equipes em cada turma, levando a denominação de grupo 1, grupo 2 grupo 3 grupo 4 da primeira, segunda e terceira turma cada grupo tem uma media de 6 a 8 componentes, tendo cada grupo um coordenador escolhido pelo grupo, então neste caso teremos uma media de 18 a 24 sócios nesta mini propriedade que se comunicaram através de cadernos, que cada grupo terá a responsabilidade de relatar o que foi feito durante a sua semana e o que foi deixado para ser realizado, se houver a venda nesta semana é indicando através de planilhas quanto foi deixado no caixa, pois os alunos tem participação nos lucros de suas atividades.

Divisão das áreas em 4 partes e suas denominações:

1. Área mecanizada – plantio de milho cultivar sol da manha, plantio de feijão gandu para retirar semente.

2. Área de consórcio de culturas perenes e arvores madeiráveis - seis filas de cultura perenes cupuaçu enxertado, açaí, pimenta do reino, graviola, pupunha e café.

3. Área de rotação de cultura com pousio A1, A2, A3, A4. – A1 e A2 milho cultivar Sol da manha, arroz Santa Helena, feijão A3 milho cultivar sol da manha, leguminosa e feijão A4- milho Br 5102, arroz cultivar Santa Helena, macaxeira e abóbora plantio do modo da região.

4. Área de pimental – três tipos de adubação e duas variedades pretinha e índia

5. Área do Pomar.

6. Criação de frango de corte

7. Criação de suínos sendo um animal para cada equipe.

8. Criação da galinha rodhe apenas uma equipe.

9. Criação do pato Paissandu apenas uma equipe

10. Criação de galinhas caipiras apenas uma equipe

11. Viveiro

12. Apicultura